As WealthTechs, também conhecidas como Invest-Techs, formam a subcategoria de fintechs ligadas ao mercado de investimentos e gestão de ativos. Isto é, são startups ou novas soluções que usam tecnologias robustas e um modelo de negócios focado na experiência do usuário para inovar e transformar o modo como tomamos decisões de investimento. No mundo, o termo usado para categorizar essas fintechs é WealthTech, mas no Brasil e em outras partes do mundo ele vem perdendo espaço para o nome Invest-Tech que faz mais sentido para a realidade e percepção brasileira, abrangendo melhor os players de toda a cadeia de investimentos.

Nos últimos anos, gigantes da tecnologia e empresas com novos modelos de negócios têm chamado a atenção no mercado de fintechs, lançando mão de inteligência artificial, big data e soluções de negociação via redes sociais. Em 2016, as WealthTechs receberam aportes somando U$ 657 milhões e têm crescido a cada ano. No Brasil e no mundo, essas startups vieram para transformar a cadeia de investimentos. Em vez de apenas replicar os serviços antigos de forma mais eficiente, elas estão repensando todo o modelo de negócios de gestão de ativos.

O mercado WealthTech lá fora

A maior concentração de WealthTechs hoje é nos Estados Unidos, onde apenas o mercado de robôs-investidores (que recebe 30% de todo o financiamento do mercado WealthTech) irá administrar, segundo estimativas do Business Insider, um trilhão de dólares até 2020 e US$ 4,6 trilhões até 2022. Um relatório da FT Partners afirma que o mercado norte-americano, que possui o maior volume de ativos geridos no mundo, foi o mais rápido a adotar esse tipo de produto, bem à frente da Europa. Os robôs-investidores são hoje o produto mais conhecido do universo WealthTech, mas há várias ideias surgindo para melhorar a indústria de investimentos por meio da tecnologia.

Confira algumas das categorias que trazem para os investimentos novos modelos de negócios, ferramentas e serviços:

Robôs Investidores

Os robôs-investidores, ou robôs de investimento, são serviços automatizados que usam algoritmos e machine learning para aconselhar os usuários a tomar decisões de investimentos. Eles oferecem o investimento mais lucrativo para determinado usuário tomando como base variáveis como sua idade, renda e perfil de aversão a risco. Esses robôs conseguem oferecer recomendações personalizadas de investimentos por um custo muito menor que um gestor financeiro real e, portanto, com valor mínimo inicial de investimento também menor. Essa vantagem tem diminuído a barreira para novos entrantes e atraído usuários pelo modelo de negócios focado na experiência do usuário. No Brasil, as WealthTechs brasileiras que têm se destacado no setor são a Vérios, Magnetis, Smarttbot, Monetus e Warren.

Confira a lista de empresas de robo-advisors no Brasil neste artigo exclusivo que fizemos sobre essas empresas (clique aqui)

Robôs de aposentadoria

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A norte-americana FeeX usa transparência para ajudar usuários a ver quais taxas são pagas nos planos de aposentadoria

Os robôs de aposentadoria, chamados em inglês de robo-retirement , são uma versão dos robôs investidores, popular principalmente nos Estados Unidos. As fintechs dessa categoria se especializam em gerir as economias guardadas para a aposentadoria. Algumas fintechs de destaque nessa área são a RobustWealth, a Feex e a United Income, que é feita principalmente para usuários da geração baby boom.

Micro investimentos

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A Acorn arredonda pagamentos no cartão e investe o troco para você

As plataformas de micro investimentos tornam possível investir pequenas quantias de dinheiro sem pagar por uma comissão. Elas permitem ao usuário economizar pouco a pouco, sem precisar desembolsar grandes quantias de dinheiro. Um bom exemplo é a Acorn, aplicativo que arredonda os centavos dos pagamentos feitos pelo cartão, e investe o troco automaticamente no mercado de ações.

Corretoras digitais

As corretoras digitais incluem plataformas online e softwares que apresentam informações do mercado de ações e a possibilidade de qualquer pessoa comum investir em renda variável. Nessa categoria de WealthTech, existem as plataformas de “social trading”, que funcionam como uma rede social de negociações. Nelas os usuários podem seguir um investimento assim como costumam seguir posts no Facebook ou no Instagram.

Essas fintechs podem ter foco B2B ou B2C. Uma plataforma conhecida é a eToro, disponível em 140 países, que coloca usuários em contato uns com os outros e os permite copiar portfólios dos investidores mais bem-sucedidos na rede para replicar suas estratégias.

Gestão de portfólio

A gestão de portfólio inclui ferramentas que ajudam investidores e conselheiros financeiros a unificar e gerenciar suas carteiras de investimentos numa única plataforma. Elas costumam deixar seus usuários analisar como os investimentos estão evoluindo, oferecem previsões e tomam decisões de modo a otimizar a alocação de recursos para diferentes portfólios. Um exemplo é a startup francesa Grisbee, que oferece conselho e monitoramento personalizados para a saúde financeira do investidor e a Addepar, que fornece softwares para empresas unificar a gestão de diferentes ativos financeiros para empresas familiares, bancos e conselheiros financeiros.

Funding

Equity crowdfunding é quando um grupo de empreendedores se reúne para investir em empresas que consideram com potencial de crescimento em troca de participação nessas empresas. Essa forma de investimento é importante para fortalecer empresas iniciantes que estão entrando no mercado para que ganhem mais escala de mercado e possam oferecer suas inovações para ainda mais usuários.

Muito além do mercado financeiro tradicional

Essa revolução vai muito além do setor financeiro. Gigantes da tecnologia começam a entrar no jogo. Um exemplo é o fundo de investimentos Yu’e Bao, da chinesa Alibaba, que tem apenas cinco anos e já é o maior fundo do mundo, com mais de US$ 200 bilhões de ativos under management, superior ao fundo do governo norte-americano da JPMorgan, de US$ 150 bilhões. O WeChat, plataforma de mensagens instantâneas chinesa, já oferece serviços de gestão de ativos para seus clientes via plataforma. E essas empresas estão atraindo não apenas a geração da internet, os millenials. Investidores high-net-worth e ultra-high-net-worth de gerações anteriores também estão cada vez mais interessados nos serviços das WealthTechs.

 

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