Por Caroline Capitani

O início da atividade seguradora no Brasil se deu em 1808 com a abertura dos portos ao comércio internacional. A primeira sociedade de seguros a funcionar no país foi a “Companhia de Seguros BOA-FÉ”, que tinha por objetivo operar no seguro marítimo.  De lá para cá, passados dois séculos, o que se percebe é um mercado ainda pouco pulverizado, dominado por grandes players e com um sistema regulatório muito tradicional.

O segmento de seguros no país, mesmo durante o período de instabilidade econômica, segue crescendo (9,2% segundo o CNseg em 2016). Apesar do crescimento no Brasil, o mercado possui uma necessidade muito forte para inovação. Especialistas ressaltam também a importância da adaptação do setor ao consumidor 2.0, cada vez mais conectado à internet.

O mercado está em transformação, processos burocráticos estão sendo repensados, a linguagem técnica substituída por uma abordagem mais humanizada e compreensível aos leigos. “One click” e “on-demand” são alguns dos termos que estão norteando a reescrita de modelos de negócios na área de seguros que está sendo tomada pelo digital. Acredito que as inovações que serão incorporadas pelo setor nos próximos 20 anos vão mudar o mercado segurador muito mais do que os 200 anos de existência no país.

Será que a visão darwiniana da evolução das espécies se aplica ao setor de seguros? Só o tempo nos dirá se as empresas tradicionais sobreviverão nesse novo contexto ou terão que necessariamente evoluírem rapidamente para não serem engolidas pela seleção natural. Esse mercado tão tradicional no país já tem dado pistas que está sendo repensado haja vista a quantidade de eventos que estão surgindo para discutir o tema, além de já termos casos de empresas com modelos de negócios diferentes sendo criadas a exemplo da Minuto Seguros e a Youse, essa última uma plataforma de venda de seguros online da Caixa Seguradora.

A fim de trazer a tona as startups dessa área no mundo, mais conhecidas pela terminologia em inglês “insurtechs”,  mapeei as empresas nascentes em ascensão elencadas no report da CB Insights que trouxe as 250 fintechs que estão transformando os serviços bancários em todo o mundo, incluindo insurtechs. Também analisei um estudo da Swiss Re Institute denominado “Tecnologia e seguros: Temas e desafios” (tradução livre). Ambos os estudos foram mundialmente divulgados em junho de 2017.

O que se vê ao analisar essas empresas nascentes é a tecnologia e a disponibilidade de novas fontes de dados, somada à inteligência artificial, cada vez mais afetando a área de seguros. Caminha a passos largos o processo de digitalização das informações, impactando toda a cadeia de valor do seguro. A rápida disseminação de tecnologias e conceitos como internet of things (ioT), blockchain, roboadvisors, machine learning, big data, sharing economy, open APIs (Application Programming Interface) estão impactando na forma como é distribuído, monetizado, comunicado e consumido o serviço de seguros em todo o mundo.

De acordo com o report divulgado pela Swiss Re, em 2016, o número de investimentos em insurtechs cresceu 40%, e cerca de dois terços dos negócios foram financiados por seguradoras, entre elas estão: Allianz, AXA, Aegon, Liberty, American Family, Assurant, AIG e New York Life. Na maioria dos casos, essas empresas iniciantes possuem uma seguradora como investidora, parceira, cliente ou fundadora.

Além das seguradoras, gigantes de tecnologia como Google, Facebook, Alibaba e Amazon também estão de olho em oportunidades neste mercado.

Existem cinco insurtechs que aparecem em ambas as listas do estudo, da CB Insights e também da Swiss Re, são elas:

Startup

Descrição

Site

Cyence

Plataforma para modelo de economia de risco cibernético

https://www.cyence.net/

Embroker

Plataforma de tecnologia online, com dados e expertise de corretores experientes

https://embroker.com/

Next Insurance

Seguro personalizado para profissionais de nicho ex: personal trainers, profissionais que recebem por trabalho

https://www.next-insurance.com/

Trov

App de seguros para itens pessoais sob demanda

https://www.trov.com/

Simplesurance Munich Re,

Software que facilita a aquisição de seguro para compras no varejo no momento do checkout online

http://www.simplesurance-group.com/

 

O diagrama a seguir foi montado baseado no report da Swiss Re. As startups foram categorizadas pela área primária de inovação, mas também podem ser relevantes em outras áreas da cadeia de valor. Na maioria dos casos, essas empresas iniciantes possuem uma seguradora como investidora, parceira, cliente ou fundadora.

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Com o intuito de ampliar o acesso e o estudo das insurtechs que estão reescrevendo o setor criamos uma lista com informações abertas dessas iniciativas que pode ser acessada neste link aqui.

Por Caroline Capitani, VP of Business Innovation da ilegra, empresa global de solução de tecnologia e negócios

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