Afinal, como sei que posso confiar meu dinheiro a uma conta em uma empresa que nem banco é?

Nilton Spengler Neto, diretor da PagueVeloz

Elas estouraram em 2014 e hoje já são mais de 200 só no Brasil. As fintechs, aquelas empresas inovadoras com soluções para gestão financeira, estão cada vez mais em alta. Movimentações, pagamentos, emissão de boletos, transações via cartão de crédito, tudo em alguns cliques, com custos reduzidos. Parece tudo tão simples – e de fato é – que muita gente se pergunta: afinal, como sei que posso confiar meu dinheiro a uma conta em uma empresa que nem banco é? Que não possui agência física nem é vinculada ao Banco Central?

Neste caso, a desconfiança que parte do pressuposto de que as fintechs são muito jovens, às vezes desconhecidas no cenário global e com serviços facilitados até demais, pode ser reduzida pelas cinco razões que listo abaixo:

1 – Vinculada não, prestando informação sim: o fato de uma fintech não depender de autorização do Banco Central para funcionar não significa que ela age de qualquer maneira. A PagueVeloz, por exemplo, presta informações à entidade da mesma forma que instituições tradicionais. A diferença é que uma fintech, que aposta na tecnologia disruptiva, rompendo um padrão e trazendo um conceito totalmente diferente ao mercado financeiro, se encaixa em outras normas de regulamentação. De qualquer forma, ninguém faz o que bem entende. É preciso prestar contas aos órgãos públicos todos os dias, mostrando idoneidade.

2 – Investimentos são constantes: as startups que apostam em soluções para gestão financeira não só conquistaram o público, mas também a atenção de investidores. Grande parte delas recebe aporte ou capital de algum sócio (empresa ou pessoa física) que cobram resultados e boas práticas, já que precisam manter seu nome e reputação em dia. Só no Brasil, já foram investidos mais de R$ 1 bilhão neste modelo.

3 – Boa parte das fintechs está ligada a instituições de fomento: Sebrae (através de programas como o StartupSC, do qual participamos), InovAtiva Brasil, Darwin Starter são exemplos de programas de capacitação e aceleração que recebem anualmente esse tipo de negócio em seus grupos de seleção. Para integrar a equipe é preciso comprovar que o negócio é verdadeiro e que o cliente terá segurança ao contar com os serviços da startup. Além do mais, são mentorias e ações que fortalecem ainda mais a atuação dessas empresas.

4 – Metade dos clientes bancários no mundo já usam serviço de fintech: o que mostra que muita gente tem confiado nesse tipo de serviço e obtido bons resultados. Além disso, a chegada desse novo modelo de negócios fez com que bancos tradicionais buscassem se reinventar. Muitos passaram a oferecer soluções facilitadas, inspirados nos serviços das fintechs. Atualmente, segundo o World FinTech Report (WFTR), estudo conduzido pela Capgemini e pelo LinkedIn, na China e na Índia, 75% das pessoas que utilizam bancos também já apostam nas fintechs.

5 – Informações de fácil acesso e ao mesmo tempo protegidas: a preocupação da maioria dos usuários está voltada à segurança oferecida pelas fintechs. Afinal, meus dados estarão protegidos? Como vou saber o que está acontecendo? Apesar do fácil acesso, você só pode entrar na conta através de login e senhas pessoais. É claro que a internet é um ambiente amplo e cabe ao usuário buscar a conexão segura – evitando, por exemplo, computadores compartilhados, esquecer de sair do sistema após usá-lo ou sites desconhecidos. No entanto, com estes cuidados, sem dúvida a experiência do consumidor será positiva.

Modelos novos de negócios habitualmente causam desconfiança (quem não se lembra da chegada da Internet ou dos smartphones, por exemplo?). Mas basta uma análise de riscos X benefícios para perceber que dá para extrair o que há de melhor nessa nova maneira de gerir as finanças oferecida pelas fintechs e garantir mais tranquilidade no dia a dia.

Autor:

Nilton Spengler Neto – Diretor da PagueVeloz.
Nilton Splenger Neto, gerente de negócios na PagueVeloz. É advogado, pós graduado em Direito Civil e Processo Civil pelo ICPG. Participou da 6ª Turma do Programa de Capacitação StartupSC, conduzido pelo SEBRAE. Atualmente participa do Programa de Aceleração do Darwin Starter.

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